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Um novo sorriso nessa primavera


Meu coração se alegra toda vez que acordo e posso olhar esse sorriso que engrandece minha alma...
Agradeço a Deus pela dádiva de ser mãe desse tão pequenino. Ser que sabe muito das nossas próprias almas. Costumo dizer que Caetano tem OLHOS DE ALMA! Ele me reconhece até mesmo quando eu não sei de mim.
Diversas vezes, quando tenho meus pensamentos pairando nas coisas que não consigo contemplar, das coisas que  faltam, recebo de presente esse sorriso a mostrar claro que o mais importante eu estou tecendo: a VIDA DO PEQUENO.
Ontem o cansaço bateu na porta, madrugadas mal dormidas por conta da seleção do doutorado. Sete livros para ler, e só o que me resta são as madrugadas adentro. Solitárias madrugadas que me dizem que tenho que lutar até os meus últimos esforços. Sei que é difícil, mas COM ESSE SORRISO TODO MEU SER EXPERIMENTA A IMENSIDÃO!
Acordei e o dia ensolarado me abriu o coração dizendo que a vida é intensa e que devemos aproveitar cada instante. Meu pequeno já estava acordado, conversando com os anjos invisíveis. Ele olhou para mim, soltou uma gargalhada linda, foi o bom dia mais gostoso que recebi. Depois, fomos tomar nosso banho de sol matinal e, brincando com minha gata, ele gargalhava como nunca. Brincadeiras gargalhantes que me disseram o quanto essa primavera linda abre nossos corações...
Agora, o pequeno dorme que nem um anjo e eu corro para relatar essa imensidão...

Quatro meses de AVENTURAS


Tenho o orgulho de dizer que hoje é um dia muito especial: meu pequenino está completando seus quatro meses. É grandioso estar com ele e apenas penso: “como fiquei sem vê-lo e sem ver o seu sorriso por quase vinte nove anos?”
Agora, enquanto ele dorme como um anjo, eu corro para relatar um pouco acerca desse mês um tanto diferente.
Começamos então pelo embalo do soninho: Caetano Terra agora anuncia algumas manias para o seu sono. Pela manhã, quando está próximo do horário dele dormir, deixo-o no berço. É engraçado porque lá ele tem entrado num mundo muito particular, criando muitas conversas com seus amigos-bichos. Relaciona-se com o Caco (macaco), o pato, o cachorro e o mais novo Neco (um lindo boneco de pano, presente da titia que ele adora). Quando está quase pegando no sono, costuma resmungar, resmungar... Vou até ele, observo que já está de olho fechado, então, é só eu começar a mexer o móbile que faz um barulhinho diferente que ele vira o rostinho no travesseiro e lá se entrega ao sono. Virou uma rotina sempre muito engraçada.
Continua gostando de músicas para dormir, ou melhor, do Jack Johnson. Fomos obrigados a adquirir mais CDs do cantor, para aumentar o repertório durante os sonos.
Sempre detestei rotinas, achava que a vida perdia a sua intensidade quando passamos a vivê-la sempre da mesma maneira. Então, esse tem sido um aprendizado um tanto árduo para mim, descobrir na rotina a intensidade necessária para fazer da vida um belo acontecimento. E reconheço o quão importante é assumir certa rotina na educação do Caetano. Vale dizer que sempre deixei ele me ditar isso, nunca quis impor um horário, mas sabia que ele mesmo estabeleceria: assim tem um soninho gostoso por volta das onze horas, outro por volta das duas da tarde, outro as cinco, depois próximo das oito e a derradeira entre dez e onze da noite. O fato que só pela manhã ele dorme melhor, já à tarde a sua soneca é no máximo de meia hora. Conclusão: seis horas já não me agüento mais em pé.
Outros momentos: nos embalos “Jack Johnsence”, ao colocá-lo deitado para dormir nos braços, olha com ares de peralta e solta aquele sorriso do tipo “não vou dormir agora não”.
Mas, nem tudo são flores. É preciso lidar diariamente com alguns espinhos que costumam marcar qualquer coração de mãe. Estou dizendo dos terríveis pesadelos, é uma das coisas que tem me assustado confesso.  Caetano acorda algumas vezes (de noite quase sempre) aos berros, acho que é pesadelo, pois é um choro muito sentido mesmo! Mas, é só confortá-lo no colo, abraçar bem forte que ele vai se acalmando. Algumas vezes recorro ao leite. “Mamiscando” ele chega a soluçar, meu coraçãozinho aperta nesses momentos. Para me confortar, sempre me lembro de uma conversa: disseram que pesadelos nessa idade... Hum!Deve ser as tetas fugindo!
Ele também gosta do acalanto do papai que o embala e canta o seguinte trecho: “como poderei viver sem a sua, sem a sua, sem a sua companhia”, refrão que vira quase um mantra e ele dorme. É para mim um momento muito fraterno ver esse laço tão único entre os dois. Um momento que fico orgulhosa dos dois!
Já nos embalos da mamada, é sempre um recanto de amor e de olhares. Agora descobriu o som estalante do tirar o bico da boca, gosta assim de fazer isso quando tem alguém falando, quando está curioso com algo ou simplesmente quando quer “bater um papo” comigo. Estala o peito, olha para mim, sorri, conversa e volta a mamar. Também tem deixado uma mão nas minhas costas para ficar fazendo carinho. É gostoso demais!
Os sons parece já formarem-se de maneira diferente. Está descobrindo a língua, ela entorta toda dentro da boca, os seus lábios movem em todas as direções e, assim, o “NE NE” já está sendo esboçado. Tem adorado fazer sons com a bolhinha da baba e o som estalante do beijo parece ser experimentado (eu acho que ele já manda beijo para mim, é claro!).
Também têm descoberto as mãozinhas e quase engole os dedos e, por vezes, a mão inteira. É tão gostoso vê-lo fazendo todas essas descobertas, vivenciar isso dia-a-dia é tão grandioso, sinto orgulho dele nessas descobertas, é como se eu estivesse vencendo cada etapa junto...
Aos poucos, a sua destreza fina parece ser mais visível quando consegue segurar alguns brinquedinhos mordedores que adora.
No banho gosta é mesmo de soltar gargalhadas com o Pai. É muito engraçado, porque faz isso todos os dias, da mesma maneira, conforme o maridão vai brincando com ele. O papai sempre fica extasiado nesse momento. Eu, sempre tento arrancar as suas gargalhadas, mas, já desisti... Ele sempre reserva para os outros (falo com ciúmes, é claro, rsrs). E como ele tem gostado do banho, é visível, assim que começamos a tirar a roupa ele já esboça sorrisos e seu olhar de alegria toma conta de tudo. Temos que forrar o quarto de panos de chão, pois o moleque insiste em abusar da bagunça com a água. Ai que banho sempre bom!
Nesse mês Caetano participou também da escrita do nosso pré- projeto de doutorado, foi uma loucura. Minha mãe veio da sua cidade para nos ajudar, foi um momento importante para os dois. Assim, o moleque recebeu mais aconchego, colo e bagunça da arteira vovó. Lembro-me de um dia ela cair no choro, pois ele perdurou um longo tempo apenas gargalhando das suas peraltices. Pois agora vejo a quem o moleque puxou!
Nesse mês tivemos nossa primeira viagem e a primeira vez que o Caetano ficou longe do pai. Fomos até São Francisco do Sul visitar minha mãe e minha irmã. Ele se adaptou muito bem lá, achei que iríamos sofrer com as mudanças da rotina, mas, salvo exceções, ele não alterou os seus horários. Posteriormente, escreverei um post anunciando como foi bom fazer essa viagem. Saiu dessa viagem com o apelido de “Zé gasolina”, pois, era entrar no carro que o pimpolho já dormia. Pasmem: fizemos uma viagem de três horas e ele só acordou quando chegamos em casa.
Quando chegamos foi lindo perceber ele reconhecendo o seu lar. Entrei na casa, fui parando nos locais aonde ele gosta de estar. Paramos em frente de um quadro, o meu retrato abraçada com o Edu, ele adora conversar com a imagem.  Quando chegamos ao seu quartinho, ele deu aquele gritinho ao ver os seus bichinhos, seus olhinhos brilharam, foi lindo! Como é bom perceber que nosso lar tem sido o recanto de segurança e reconhecimento para ele.
Porém, percebi que nessa viagem o bichinho recebeu muito amor da vovó e da titia babona que logo o moleque cresceu repentinamente. Era preciso fotografar o meu ar de desespero ao ver que os macacões não serviam mais. Foi apenas uma semana!
Os seus movimentos agora parecem estar mais ousados. Recentemente, tem se virado na cama. Assim, quando coloco algum objeto, ele vira todo corpo até que consiga enxergar.
Mas, preciso confessar: preciso fazer uma terapia para cortar as suas unhas. Sempre gosto que minha irmã corajosa faça por mim, mas como não posso esperar ela vir de outra cidade, lá vou eu me arriscar. Porém, tenho muito medo! Fico horas... E pode contar, Caetano vai amanhecer arranhado porque deixei muito tempo as unhas crescendo.
Caetano tem uma alma que me embriaga, sempre é desperta para a música. Clarissa, uma linda amiga com alma nas mãos, mandou sua música – um som de piano com cheiro de liberdade. Foi tal música que dançamos, estava grávida durante esse espetáculo. Caê, ao escutar, ficou extasiado na frente à caixa de som, mal piscava. Outra música que tem gostado é a que selecionamos para acompanhar o vídeo do nosso parto.
E assim, passamos esse mês meus amigos... Cada dia uma ternura, cada dia vejo mais Caetano de mim, eu de Caetano. Terras se encontrando num cultivo que não finda jamais. Terras celebrando a vida. Terras aprontando um terreno sólido de Amor, Carinho e Ternura.
Canto ao Caetano e celebro o seu olhar de alma: fixo, atento, brincalhão, amoroso, inseguro... Sempre me pergunto: não será Julia Terra num Caetano?

UM ANO DE CONCEPÇÃO



Talvez pareça bobo comemorar um ano de concepção do Caetano, mas preciso aqui esboçar o porquê considero importante essa data.
Eu e o Du sempre soubemos que queríamos um filho, mas nunca nos permitimos por sempre achar que não estava na hora. Era o mestrado que ainda não havíamos terminado, era não ter uma profissão segura, era não ter casa, era não ter carro. A única coisa que sabíamos era que queríamos um filho, mas que não estava na hora. O tempo foi passando e, por diversas vezes, questionei-me da necessidade de tantos “ter”. Em que medida o ter era tão essencial em nossas vidas? Sim, queria estar numa situação melhor, é claro, mas será que isso era determinante para termos o nosso filho? Um belo dia caiu minha “ficha”: eu, euzinha, vivi cerca de 30 anos de aluguel, sem carro, etc., e sou uma pessoa muito feliz. O que é ser feliz? Daí reportei a minha infância e logo veio lembranças: família reunida, brincadeiras na rua, saídas para piquenique, meu pai lendo gibi para eu durmir, meus pais cantando, enfim, um cheiro bom de infância. O que eu queria mesmo era dar essa felicidade para meu filho. Essa sensação de alegria de saber que temos tantos Encontros que acalantam nossa alma.

Mas o mais importante, fui percebendo que meu amor pelo Edu era digno de um filho, sim. Nosso amor sempre significou muitas batalhas. Conhecemos-nos na primeira fase do curso de graduação e logo começamos a namorar. Três meses depois já estávamos morando juntos e quando vi, fazíamos as mesmas coisas, pensávamos as mesmas coisas e sonhávamos com coisas iguais. Formatura juntos. Foram seis anos para decidirmos realizar nosso casamento. Ah! Como se esquecer desse elo? Sonhamos, realizamos o casamento que sempre quisemos, ao ar livre, eu descalça, som ao vivo, tenda... Ah, como se esquecer da bela decoração feita pela minha mãe e pelo meu paidrasto? Como se esquecer das minhas amigas dançado “uma voz ao vento” da Leila Pinheiro, com um lindo tecido? Como esquecer da minha priminha com uma bonequinha entregando nossas alianças? Como esquecer os músicos amigos do coral que escolheram músicas que amávamos? Como esquecer da viagem para Porto de Galinhas, Recife e Olinda que ganhamos?
Tudo isso era apenas uma mensagem que Estava Escrito Nas Estrelas, Seríamos felizes!
Logo após, nossa aprovação no mestrado juntos, na mesma linha de pesquisa, a tão sonhada bolsa de mestrado, o tempo que pudemos dedicar para nossos estudos...
Alguns arriscavam a dizer, O Du é a Ju de cueca! Eu achava isso muito legal!
Passamos, é claro, por alguns perrengues juntos, mas sempre isso vinha para engrandecer o nosso companheirismo.
Passaram oito anos...
Crescia assim uma vontade de um terceiro, sei lá uma sensação louca! Aos poucos fomos esquecendo de nos “impor limites”, cada dia era um de nós que deixava que as Estrelas Escrevessem Nosso Destino...
No dia 27/08, Caetano – um pequeno anjo disse: – mãe, pai, as estrelas escreveram a minha história. É com vocês que eu quero estar!
Brotou assim, o fruto de um amor que inspira cada dia uma nova canção! Caetano, meu pequeno anjo agora estava no meu ventre, ensinando-me que não existia Beleza no mundo igual.
Eu até desconfiei que pudesse estar grávida, mas, não quis pensar muito, pois estava prestes a defender o mestrado. Dia 13/09, eu e o Caetano fizemos a nossa defesa de dissertação. Dancei naquele dia e sabia que havia em mim uma sensação diferente! Emocionei-me ao ver meu pai, minha mãe e irmã tocando e cantando naquele momento de defesa. Eu arrepiada, grata pelos anjos terem me concedido tal momento.
Mal sabia que dois dias depois a vida iria me anunciar a vinda desse anjo. “Meu pai, estou vendo certo esse teste? Agora serei mãe! Não, não é possível, fiz errado! Mas, tem dois risquinhos, é POSITIVO, GURIA! Meu Deus, meu coração está batendo forte, rápido! Como vou falar isso para o Du? Meu Deus, estou meio bamba! Vou esperar mais cinco minutos, quem sabe um desses risquinhos apaga: 4:56, 4:57, 4:58, 4:59, É FATO! SEREI MÃE!”
Um sentimento louco, senti-me como uma criança perdida, mas, feliz com o brinquedinho novo. Com os olhos arregalados, olhava para mim, botava a mão na boca, na cabeça, era engraçado!
Estava assim na minha mais nova fase da vida.

A minha arte estava no meu ventre, Dançava no meu ventre, era o meu ventre
!
Fui logo pensando, vou contar para o Edu, vou fazer um jantar especial... Mas, não me contive em alegria. Fui à cozinha, pensava “não vou me agüentar”. Achei que iria quebrar tudos os copos que pegava. O Du, assistindo televisão, com uma dor terrível no pescoço por conta de um tombo, mal podia se mexer.
Pronto! Vou lá! Chega, preciso contar!
Olhei para ele e disse: – amor, preciso conversar com você.
Ele logo me olhou, um pouco espantado: – o que foi? Pode falar.
Eu, que nem sabia como começar: – nossa brincadeirinha tornou-se realidade.
Mas, nem imaginava que ele logo ia entender: – Mentira, você está brincando.
Lembro como se fosse hoje do seu olho arregalado, nunca havia visto ele naquele estado.
Abracei-o, ele que nem conseguia se mexer estava todo extasiado.
Nossa mais nova dança começava ali...
Caetano dançou nas estrelas esperando pela gente. Caetano cantou a mais doce cantiga anunciado a sua chegada. Caetano cantou e fez nosso amor transbordar de tanta emoção. Caetano estendeu a sua mão pedindo para que guiássemos nessa vida. Caetano brindou a sua chegada trazendo a mais suave bebida, o amor que nos entorpece, nosso sopro de vida!





Caetano dançou nas estrelas, no meu ventre e agora dança a mais Bela Coreografia em nossas Vidas!



Texto escrito em 27/08- um ano de concepção
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