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Nosso heroi


Imagens do nosso Pequeno Caetano, seus primeiros ensaios sentadinho! É ou não é nosso HEROI?

Momentos angustiantes





É difícil escrever acerca disso, mas creio que preciso esboçar um pouco desse momento tão difícil que estou vivendo. Daqui alguns dias eu e o meu pequeno Caetano estaremos nos “desligando” por alguns momentos. Sim, esse momento chegou, um momento que sempre temi;  amei vivenciar a minha gestação, parto e esse lindo tempo com o Caetano, mas sempre temi que esse dia chegasse: o retorno ao trabalho.
Sou uma nova Julia transformada por uma vida que brotou em mim, não consigo nem sequer me imaginar longe do meu pequeno. Está sendo muito difícil, mas sei que preciso deixar vir também essas transformações... Recebi de presente uma linda mensagem de um casal da lista que participo, lá eles trazem as mais belas palavras acerca da necessidade de deixar fluir esse momento, de olharmos para o nosso trabalho com gratidão por ele nos trazer a segurança ao nosso pequeno inclusive. “A vida é tão flexível, efêmera e por isso merece ser vivida com toda suprema intensidade de amor, carinho e bem-querer”, são palavras deles.  Tenho desejo de estar tranquila para essas mudanças, mas realmente me sinto nesse MOVIMENTO que a vida nos impõe, por vezes, sem querermos.
Sou muito grata ao meu trabalho que me dignifica como humana, sou professora do Núcleo de Educação Infantil e amo estar com esses pequenos, eles revigoram o nosso estar na terra. Costumo dizer que eles sempre revelam algo de nós.
Mas, não consigo me ver divida... Meu peito está com Caetano, com o seu sorriso, não queria perder nenhum segundo disso. Queria estar com ele em todo o seu despertar, olhar sempre aquele sorrisão de BOM DIA, gostaria de poder amamentá-lo em todo o tempo que o seu ser me pedir, gostaria de respirar e viver ele em todo tempo.
Para alguns, o retorno ao trabalho pode ser uma quase alforria da labuta diária que é cuidar desses pimpolhos. Mas, para mim tem sido doloroso, porque no fundo estou amando todo cansaço, todo o esforço que meu corpo faz para ver a felicidade do meu pequeno Caê. Já digo que estou acostumada, sinto até falta de não acordar de madrugada.
Alguns dias apenas para eu aprender a conviver com essa “ausência”, sem sequer querer...
Alguns dias para eu não estar ao seu lado como gostaria de estar...
Sei, preciso adaptar a minha realidade. E não só minha, mas de milhares de mulheres que precisam “abdicar” do tempo com seus filhos para cair na batalha do dia-a-dia, do seu ganha pão diário. Aliás, é preciso repensar essa licença, é um tempo curto demais! Na realidade sinto que agora que estou conseguindo me adaptar as mudanças, seis meses que me serviram para começar a entender o meu pequeno Caetano, agora posso dizer que o reconheço nas suas atitudes. E agora todo o meu chão se abre quando sei que vamos ter que retirar a nossa segurança e começar um novo trilhar...

Mães precisam de filhos e filhos precisam das suas mães! Sei que a minha presença para o Caetano determinará uma segurança para a sua vida futura. Tenho medo que ele sinta minha ausência, que precise de mim e eu não esteja, que eu não veja as suas sutis transformações, que eu não seja tão boa mãe como esperou...
Por outro lado, considero-me priveligiada. Meu pequeno ficará com o pai e com a minha mãe nesses primeiros instante. Confio muito nesse amor de pai que ensina inúmeras coisas e na sabedoria de vó que traz um cheiro bom (como lembro da minha infância andando junto com o meu pai, cantarolando pelas ruas de Curitiba; da comidinha e dos cuidados da vó Vera). Caetano fortificará laços com a família, aprenderá mais acerca dessas duas pessoas que o amam muito. Caetano aprenderá que família é sagrada e nada melhor que um bom e velho colinho do papai e da vovó. 

Mesmo que eu deixe o fluxo agir, meu corpo já responde a essas mudanças, são noites com ansiedade, sem dormir. Essa noite acordei com uma cólica muito forte (sem estar no período menstrual), forte que irradiava para as minhas costas, lembrei até do meu início das dores do parto. Logo pensei: resultado da mu(dança) que estamos vivenciando. “Não se preocupe em ter que se manter firme para as mudanças, experimente manter-se firme apenas no propósito de relaxar profundamente com as preocupações, os pensamentos, as emoções. Elas se tornam difíceis de serem digeridas quando achamos que precisamos lidar com elas, que fazer alguma coisa com elas. O que a gente tem notado é que não temos que fazer nada com elas. Apenas deixá-las fluir, sem alimentá-las, sem reprimi-las, sem nos escravizar por elas, sem nos deixar ser guiados por elas”, diz o casal. Não me sinto firme, mas dançando até nas dores que elas me trazem, danço nessa mudança sem sequer saber o destino dela, mas sabendo que preciso sentir o ritmo e deixar fluir.
É nessa dança que me permite também afirmar que Estou com o coração partido. Estou com medo de esses dias chegarem!

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