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Violência Obstétrica: a voz das brasileiras






“Que nossas vozes sejam ouvidas, que nossas histórias não sejam ignoradas” (trecho retirado do depoimento do vídeo "Violência Obstétrica: a voz das brasileiras")


O Nascer... Um momento sagrado, um momento transformador dos mundos, um momento Criador.
No nascer abrimos para o mundo, sentimos toda nossa potência, toda a vida que brota de nós...
É o que deveria ser! Infelizmente, a realidade nos mostra que em cada quatro brasileiras, uma sofre violência obstétrica. É de chocar a tamanha brutalidade humana dos acontecimentos.
É preciso levar adiante isso e não calar. É preciso que, ao menos, essas informações  cheguem, alertando as inúmeras mulheres do quanto elas podem se tornarem mais uma vítima...
Assistam aqui!


Gostaria aqui de parabenizar Ligia Sena, Kalu Brum, Ana Carolina Franzon, Bianca Zorzan pela criação coletiva desse vídeo, bem como pela edição e montagem de Armando Rapchan. Tenho a certeza que tantas mulheres se encontraram nessas histórias e vocês conseguiram: realmente não ignoraram tantas histórias desse Brasil.  Lindo e emocionante trabalho! Muito obrigada!

Para saber mais: 
http://www.cientistaqueviroumae.com.br
http://www.partonobrasil.com.br/
http://www.mamiferas.com/blog/

Dia Mundial Contra Violência Infantil: nosso caminhar!





Refletir acerca da violência é adentrar em espaços onde a dor e as marcas são inestimáveis, é buscar respostas para tantos atos que jamais serão explicáveis. É colocar-se nesse espaço e compreender que papel eu assumo diante desse cenário, ou seja, que  relação que estabeleço comigo mesmo e com o outro.  Violências (com s), já dizem os estudiosos, anuncia não apenas as diversas violências (física, psicológica, sexual, etc) como, sobretudo , nos dá uma dimensão do problema que não se esgota.
Pois bem, trato aqui de falar meu percurso nesse cenário, sobretudo, trazendo isso para pensar como escolhi educar meu pequeno. Cresci considerando necessários os chamados “tapas como correção”, pois eles eram tidos como a expressão do limite entre crianças e seus pais.  Aqui já estamos diante de uma complexidade do problema que é o entrecruzar dos conceitos violências, poder e limites.
 Assumia para mim que colocar limites era necessário mesmo que isso significasse “os tapas”. Isso era tomado como verdade para minha família também, para a família do meu marido. Apanhei, entendi os motivos culturais que fizeram meus pais assumirem tal postura, não os culpei, não tive marcas (que eu perceba) profundas por conta disso, mas consigo hoje rever meus conceitos frente a esse problema.  O meu primeiro monstro estava escrito: “a Humanidade reverenciou erros sobre o nome de verdade” (Nietzsche)
Eis que as minhas mudanças foram tomando outros percursos quando resolvi atuar como professora de dança e educação física na educação infantil.  Lá, presenciei inúmeras violências das mais sutis até as mais explicitas (digo isso tanto cometido pelos pais, como também pelos professores, equipe e gerencia pedagógica).  Minha indignação era porque se tratava de crianças de até seis anos, eu sabia das consequências, dos traumas, enfim, das marcas que essas crianças carregariam para o resto das suas vidas. Cada dia eu voltava com um “nó na garganta”. Meu segundo monstro: “O Outro era meu espelho”, precisei revisitar meus conceitos, minhas ações com as crianças, a pergunta que eu fazia: “o que eu queria plantar nas vidas delas?”. Sempre fui amorosa com elas, mas algumas das muitas ações eram despercebidas “porque a humanidade reverenciava desse jeito e assim eu fazia” e foi preciso revisitar cada uma delas para me fazer compreender e o motivo da minha docência.
Engravidei, enquanto estava atuando como docente de um curso de pós- graduação cujo tema gerador era acerca das violências. Ali, eu lidei de frente com as estatísticas e com o choro de muitos professores acerca desse tema. Pude entender que não se tratava apenas dos limites, mas de uma realidade cruel e desafiadora para a humanidade.  Era para além de achar culpados, mas, sobretudo tratava de travar essa guerra a começar pela gente mesmo: “Em que momento da vida eu sou violenta sem sequer me dar conta disso?”.
Foi assim que eu fui surpreendida pela maternidade e por um rever todos meus conceitos. Ganhei um anjo que precisa ser conduzido; eu e o meu marido somos responsáveis por compartilhar e mostrar esse mundo a ele. Já carrego comigo que educar jamais trilha o mesmo caminho do violentar.
Creio que a convivência que estou tecendo com o pequeno me faz novamente pensar o outro como meu espelho: “o outro eu mesmo”, sendo iluminada pelo poema de Clarice Lispector. Caetano me transforma, ensina a reconhecer os meus limites, as minhas tolerâncias e aqui traço um novo compreender acerca da minha autoridade frente a ele. 
O outro aqui também me é tido como barreira: ele também tem suas tolerâncias e limites. Aprendo o meu espaço frente a sua pessoa, frente ao seu corpo, frente a sua vida. Portanto, educar pode ser considerado, sobretudo, viver com harmonia e reconhecimento dos limites e possibilidades de convivência. E quando penso nos “métodos”, penso que adotamos apenas a convivência do respeito e amor mútuo. Mas, seria um “tapa” uma violência? Na medida em que entendemos que há violação do outro, do corpo do outro,  do não respeito, para mim é fato: é violência. 
Ok, não confundam que minha autoridade como mãe me confere esse poder. Eu costumo diferenciar muito bem autoritarismo e autoridade.  Minha ação de poder jamais consente a violência sobre o seu ser.
Sim, esse é um embate que assumi para mim e constantemente sou atravessada por esses pensamentos. Se tenho raiva? Se estou cansada diante de algum “chiliques” do pequeno que por vezes, tem ações que me tiram do eixo? Sim, sou humana-demasiada humana (reconhecer isso também faz parte do meu aprendizado). Eu sou a adulta, capaz de compreender sensações, eu preciso entender como lidar com os meus próprios sentimentos e encarar que jamais poderei tomar atitudes extremadas de violências. 
Ah, mas tapas não são espancamentos! Não? Pensem comigo: quando você bateu pensando apenas vou dar um tapa corretivo? Quanta raiva, quanto amargor (que às vezes nem tem causa direta com a ação do filho- às vezes uma simples mágoa do marido que discutiu um pouco antes, ou o cansaço que impera depois de uma longa jornada de trabalho), tudo isso, toda essa carga emocional está embutido num gesto de um “tapa”. Será ela mesmo capaz de corrigir a humanidade? Ações que supostamente você considera educativas tem um limiar muito pequeno para ser transformada em ações considerada violenta. Pense sempre nisso! 
E optar pela não violência não significa não colocar limites, ao contrário: Na medida em que preservo o espaço do outro a humanidade aprende que cada qual tem o seu espaço, isso lhe confere um grau de autonomia e da convivência respeitosa.
É esse o desejo que tenho, é essa semente que quero plantar para meu filho, não quero que ele compreenda que qualquer ação desrespeitosa com o outro é válida para se conquistar ou se ter algo. Não quero que ele entenda que eu sou a mãe e por isso posso violentá-lo. Não quero que cresça sendo covarde, batendo em crianças, esposas, idosos, etc. Não quero para ele esse mundo em que a banalização do mal impera. Não quero... Não quero....
Ah, se ele apenas continuar dizendo “amooo” aos ventos, dando seus abraços calorosos, rindo e com esse olhar como quem vê o mundo a “casa” dele, eu morro feliz. Afinal, como diz Nietzsche: “Somos nós que criamos o mundo que interessa ao homem!”, seja bem-vindo a ele meu filho...

Música para compor nossos encontros!





Hoje reconheço: " Sem a música a vida seria um erro!" (NIETZSCHE)

Foto tirada pela Dadá (minha mãe) em um dos seus momentos a sós com o pequeno
Obrigada pelo registro lindo!

Dorme que eu vou te embalar
No meu colo quente
Como a lua embala o mar
E a maré embala a gente

Dorme que eu vou te velar
Pela noite quieta
Como a chama do luar
Vela o sono dos poetas

Dorme que eu vou te ninar
No teu canto de criança
Como sempre ouvi meu pai cantar
Um acalanto de esperança






Te amo sempre



Apenas uma música: Venha conhecer a vida




Hoje, fui tomada por essa música, lembranças do momento em que recebi meu filho nos meus braços, lembranças de boas vindas...

"Venha conhecer a vida

Eu digo que ela é gostosa

Tem o sol e tem a lua

Tem o medo e tem a rosa

Eu digo que ela é gostosa

Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa"


Não lembrava que tocava nesse momento. Ao rever o vídeo, descubro que a equipe humanizada que acalantou meu parto colocou-a para embalar esse instante mais intenso. Bela música para meu dia hoje.

Para acalantar os seus ouvidos meu amor Caetano!





dois anos de descobertas!




Hoje, 16/09/2010, ops, errei o ano... É que nesse instante o tempo parece não ser mais cronológico  quanto é entendido, talvez  um tempo nada mais retilíneo como todos nós  entendemos. Eu volto num tempo e misturo-me no hoje como  se toda transformação iniciasse agora. Eu recém sabia que minha vida estava preste a tomar nova feição. Hoje, nessa data,  há dois anos minha razão conhecia que o destino estava traçado e eu sutilmente descobria que estava grávida do pequeno Caetano. Um chamado Terra abrigou meu útero e transformava meu ar, meu corpo, uma embriaguez avassaladora dominou e tirou-me de todos os eixos tomados como certos.
Hoje, meio confusa no ontem e no agora, vejo o quanto tais transformações arrebataram todas as nossas vidas. Nosso pequeno completa hoje também 16 meses e agora já toma outras proporções em seu desenvolvimento.  Sobe, desce, corre, caminha, cai... Ah, e quantas palavras já dominam essa boquinha, uma coisa bizarra que só mãe e quem estiver por perto pode maravilhar-se com esse poder de comunicação pela fala. Hoje contamos, são cerca de vinte e sete palavras que já domina, palavras que já fazem parte do seu vocabulário. Pede frutas (mamann “mamão”, naãna “larana”, uba “uva”, nana “banana”, mon “limão”); esboça a alegria pela natureza (arrvre “árvore”, aua “lua, que ama tanto”, bá “barco”, má “mar”, aba “água”, bamba “balança ao ar livre”; fala da família (mamaiii “mamãe”, baba “papai”, auóó “vovó-paterna”, dadá “vovó materna”). São algumas palavrinhas que já são parte da sua memória. E quão bom é poder vê-lo brincando com as possibilidades da comunicação: sons, palavras,  gestos, olhares, são parte desse arsenal que nos atravessa diariamente.
Ah, mas a palavra que estremece a alma, que conforta todo o bom coração quando nos atira juntamente com seu carinhoso olhar é o  “AMAAA” (te amo). Sim, ele esboça isso a todos os quatros cantos, todas as vezes que sente vontade, todas as vezes que acha que deve esboçar essa importância a alguém. 
Caetano tem me saído um verdadeiro peixinho da água, vai para o mar sem qualquer medo, eu tenho que quase  agarrá-lo pelo colarinho porque a imensidão do mar não tem fim para ele, quer atirar-se e vai... A mãe então corre como uma louca. Ele que se deleita pelas areias, catando pedacinhos de galhos de árvores para desenhar na área, ele que adora contemplar todos os possíveis sons...
Sons... ah, esse é um dançarino da vida, acorda dançando e dorme dançando. Adora ver o pai batucar no corpo, pega as panelas e toca com uma colher de pau, basta um som... Até dormindo, com música de ninar, vejo o seu corpo sacudir no meu colo enquanto mama...
Carros... quantos “brummss”, é lixeiro, caminhão de gás, avião, moto (o favorito), carros, ah alegria tamanha de apenas ouvir os motores, quanto mais estar dentro...
Comidas, tudo está de bom grado, come de tudo e explora de tudo, desde texturas, cores, cheiros. Cultivou por meses uns tomates plantados no quintal. Hoje, colheu numa alegria tremenda e comeu com muito gosto, mordendo e saboreando aquela bola vermelha e docinha.
Em falar em natureza,  o pequeno tem vivenciado toda ira que nela pode conter.  Oito dentes resolveram vir juntos (escute bem, JUNTOS) numa boquinha tão pequena. O espantoso é  admirar que o pequeno lida muito bem com tamanha violência (para não dizer que não houve transformações, apenas um dia tivemos uma pequena diarreia e alguns incômodos que são solucionados com colinhos e alguns mordedores). Oito dentes? Eu não sei se resistiria com tamanha alegria.
Nas mamadas já descobre a amplitude do seu corpo e quando vejo já tem um pé enroscado no meu braço, uma mão presa no meu cabelo ou leve carinho no meu rosto.
Já reconhece todo seu corpo identificando  partes deles como umbigo, cabeça, cabelo, nariz, boca, orelha, bumbum, fazedor de xixi, pé e mão.  Ele é muito prudente com seu corpo, sempre faz descoberta sendo cauteloso, sem colocar-se em riscos como quedas, batidas, é sempre admirável.
Mas, é impossível não se enrolar na sua criação: Caetano cria com um grampo de roupa, com uma caixa de papelão e tudo que soltar em sua mão, logo corre  perambulado para pensar o que fazer com tal objeto.  Cria com cores, brinca com gostos e suja-se muito.
E nesse brincar eu me descubro mais criança, eu me descubro menos rígida, descubro-me viciada pelo seu sorriso, pela sua alegria, viciada pela minha alegria que se mistura com o seu olhar. Descubro-me viciada pelo seu toque, pelo seu abraço, pela sua voz, pelo tom da sua voz. Descubro-me amante da sua intensidade, descubro-me menos mãe  que precisa constantemente conduzir e sinto-me mais conduzida, mais embriagada, com pensamentos atravessados constantemente pela emoção de perder-me nas suas brincadeiras.   



Há dois anos sou outro alguém que nem sequer conheço. E talvez, esse alguém é tão dinâmico que nem sequer valeria explicar “quem sou hoje”, uma mistura de um ontem (com o sentimento de uma grávida seduzida pela embriaguez e pela ansiedade da mudança por vir) com o hoje, com o agora de uma mãe que vivencia o prazer da doçura de um viver livre, sem qualquer empecilho...


Em nome da dita "socialização"!



Passado essas semanas turbulentas de extremo cansaço; sim, sobrevivi. Eu estou de volta tentando trazer mais um pouco da vida que estamos passando com o pequeno... Fomos a congresso, ele resistiu a mãe pirada para entregar um artigo, e conseguimos...
Bom, no meio desse processo, alguns questionamentos pairavam aqui essa cabecinha meio “lelé da cuca”. Meu pequeno Caetano estaria privado de socialização? Vou contar tim- tim por tim- tim.
Foi assim: num dos nossos passeios, no parque aqui do bairro, Caetano deparou-se com algumas crianças maiores brincando. Ele, que não adora, mas venera criança, saiu gritando: - neném, neném! Eu , como sempre, acompanho para ver como ele vai se enturmar com as outras crias. Eis que as crianças nem sequer deram bola para o pequeno. Para falar a verdade, uma apenas que esboçou um tchauzinho. Ele ainda insistiu, mas elas nem aí para ele. Aquilo me doeu. Logo veio imagens da minha infância, sensações de “abandono” quando um grupo me ignorava, etc. O fato que pensei: ele é muito pequeno para ter esse sentimento de rejeição. Não quero que ele sinta isso (mãe coruja tentando proteger a prole, rsrs). 
Na verdade esse sentimento foi mais meu  do que dele. Mas sei que isso despertou em mim: Caetano precisa estar com outras crianças da idade dele (isso não ocorre muito). Fiquei pensando também: Caetano DEVE socializar-se? Quando é o MOMENTO CERTO? Perguntas bobas, que nem fazia quando lecionava, porque lá no Nei as crianças são OBRIGADAS a socializarem-se. 
Logo me lembrei de outras cenas: uma vez uma vizinha (daquelas que bota a colher aonde não é chamada) falou-me: “ah! Mas ele PRECISA ir para a escolinha!”; disse a ela que já tínhamos feito essa escolha e que também sabíamos do que falávamos porque trabalhamos nisso. Ela fez aquela cara de espanto e ainda completou: “minha neta com cinco meses foi para a escolinha”. Fiz apenas uma “cara de paisagem” (lições brilhantemente aprendidas com minha prima). Outra vez escutei de amigas que para conseguir dar conta do doutorado “ele tem que ir para creche, não tem outra saída”, “ah, mas tem creches e creches...”
Essas cenas despertaram em mim várias reflexões, dentre elas da NORMALIZAÇÃO  de que TODA CRIANÇA DEVE IR PARA UMA ESCOLINHA.  Parece ser consenso que isso É NECESSÁRIO .  Parece que não tenho o direito de lutar por querer ficar com o pimpolho, é como se eu o impedisse de convívio social.
Confesso que quando saí do parque, fiquei bem confusa com isso, estava eu sendo negligente com o pequeno? Mas, peraí: lembrei das inúmeras cenas de horror que  ocorre na escola em nome da socialização (sim, não digo que tudo é ruim). Lembrei que eu posso ter essa possibilidade (o que não é possível a todas as mães, infelizmente) e eu tenho esse DIREITO de ESCOLHA.
Minhas escolhas assim seguiram por acreditar que um eixo educacional é de RESPONSABILIDADE dos pais e que a escola nunca irá suprir essa base. Sei que, muito daquilo que estou ofertando ao pequeno, sobretudo nessa primeira infância, servirá como eixo para a sua vida adulta.  Sei da importância da presença dos pais na primeira infância. Sei das inúmeras inquietações que passei nos NEIs em que dei aulas e, por isso, sei que é extremamente difícil dar uma atenção diferenciada quando se tem até 25 crianças numa mesma sala.
Voltando nessa questão da socialização: não estaria o pequeno Caetano socializando quando está em família? Outra questão: quando está ele desapontando para as relações com os pares, não seria importante o nosso olhar de pais? Ou seja, nesse instante não devemos valorizar nossa permanecia com ele, orientando-lhe nas relações estabelecidas?  Acredito que a criança conhece o mundo conforme lhe apresentamos. Portanto, há uma grande diferença de “jogar a cria no mundo e deixar que ela se vire”  e “apresentar-lhe o mundo, sem pressa nenhuma”.  Essa pressa pela socialização parece que sucumbem ínfimos momentos da criança. Apressar  ela para viver a socialização faz com que, por vezes, viva  coisas que não está preparada.  
É preciso uma boa dose de  amor, de muita segurança no lar, de uma vida sem atropelos, caso contrário, o que posso gerar é muito insegurança e desarmonia na maneira como se relaciona.
É assim que temos apresentado esse mundo ao Caetano. Com calma, sem atropelos e tentando gerar nele a segurança que podemos dar.
Para rir das minhas inúmeras perguntas, das inquietações que surgiram, ele nos presenteou com uma lição de vida.
 Num lindo sábado de sol, resolvemos ir num parque. Logo ao chegar, ele recebeu todas as crianças com muitos abraços. Éh sério, perdi as contas de quantas crianças ele corria para abraçar, gritando “Nenémmm!”. Ele achou um amiguinho (um mês mais velho) e brincou muito.  E como foi bom poder olhar, conduzir e estar nesse momento com ele. Caetano nos mostrou o quanto vale apena ter calma... Ele nos mostrou que sente o mundo e recepciona o mundo com muito carinho.  Sei que nem todos estarão preparados para tanto amor, mas está alí uma linda semente plantada no seu coração... E imagino que pode o mundo ser constituído desses muitos afetos e pode o mundo zelar pelas crianças sem que rotulemos as suas relações.

Cansativa Rotina, o outo lado não dito da maternidade



Pensar nesse tema, por vezes me entristece, pois nesses últimos meses tenho vivenciado muitas inquietações referentes a isso.  O cansaço já me toma e não consigo falar muita coisa. Amanheço com certo ânimo para fazer muitas coisas, achando que vou dar conta do pequeno e tudo que preciso fazer. A rotina diária da casa é só comigo, tento fazer o mais rápido possível (mas, na verdade sempre faço por cima). Acordo, entretenho o baixinho enquanto tomo o café, arrumamos a casa juntos , ele sempre está coladinho comigo para todos os cantos que vou,  logo tenho que pensar na fruta, no fazer comida para nós dois (esse momento é delicado, é sempre difícil cozinhar e entreter o pequeno. Ele sempre está ali, descobrindo os armários que guardo coisas possíveis dele mexer).  Ajeitar tudo, sonecas, mamadas, trocas, suco, fruta, roupa pra lavar. Ao acordar sempre reservamos um passeio gostoso...   E quando vejo o tempo já voou, logo o marido está em casa e eu já tenho que aprontar  a janta e o banho do pequeno. Bom, depois da batalha toda, chega a hora do delicioso e finalmente soninho da noite, e penso que ficaram tantas coisas por fazer. Daí preciso de um fôlego a mais... é hora de tentar estudar. Digo tentar porque é uma batalha comigo. As letras do livro parecem comer minha cabeça e eu quando me vejo já estou fechando os olhos e pensando em outra coisa. Tem sido muito angustiante tentar, tentar e morrer na praia... Por vezes, só quero curtir, olhar outras coisas na net, escrever no blog, namorar .  Além disso, gostaria de ter um tempo só pra mim, fazer mesmo algum exercício, não fazer nada...
Minha inquietação com o não conseguir estudar tem tomado minha cabeça e uma angustia me abafa o coração. Recentemente consegui entrar num programa concorridíssimo e fui abençoada com uma bolsa do CNPQ (para alegria do meu coração que não conseguia mais dividir o Caetano com o trabalho da prefeitura). Foi uma alegria pensar que estudar e conciliar a educação do pequeno era possível.  Eu e o maridão não queremos colocar o pequeno numa creche porque acreditamos que esse é um momento necessário com os pais e imprescindível para sua vida futura, queríamos acompanhar sua trajetória, ademais essa decisão também decorreu das nossas experiências. Eu e o marido somos educadores e, nesses anos, percebemos  coisas que acontecem nesse espaço  que não gostaríamos que nosso pequeno sequer vivenciasse um terço disso. Institucionalizar a educação básica tem sido nosso questionar  diário, a maneira  como isso é conduzido nos angustia. Bom, por fato batemos o martelo e decidimos nos revezar o máximo com o Caetano.  O fato é que se fosse só casa e Caetano acho que estaríamos dando conta. A questão é que minha vida com os estudos está completamente dificultada. E eu, estou cada dia mais angustiada, sobretudo, quando existe um voto de confiança do meu orientador, da universidade que me financia, da minha família que valorizara muito esse resultado de aprovação. O fato é que não estou dando conta, livros não lidos, artigo por fazer, nem sequer norte da pesquisa consigo ter...
Escuto algumas pessoas “mas, ele não está na creche?” , “ Acho que isso é inevitável!”... Para meu desespero me pego pensando “é, talvez seja”; é como assinar minha incompetência de mãe que agora “terceiriza  a educação do filho” para ter um tempinho para fazer o seus estudos.  Isso tem me feito realmente tão mal que nesses meses surtei, pirei,  e o resultado não poderia ser diferente: uma mastite que apareceu e que me resultou  num batalhão de remédios, antibióticos inclusive. Eu, que fujo disso, tive que aceitar após ouvir a médica dizer a coisa está séria e mais um pouco não escaparíamos de uma cirurgia...  Pois é, entendi que essa bendita mastite me alerta: “as coisas estão em desarmonia e você já perdeu o total controle”.  Sinto que é o Stress e o  cansaço  que me levaram a esse quadro.
Toda vez que coloco a cabeça no travesseiro, penso amanhã vai ser diferente e não consigo sequer mudar alguma coisa... Já pensei tomar alguma coisa que me mantivesse acordada para estudar, mas sei o quanto isso é autoflagelar... Amamento o meu pequenino e preciso estar bem para ele diariamente...
Não quero que pense, caro leitor, que esse “peso” é maior que a felicidade com o pequeno. O que faço é assumir o outro lado da maternidade, o lado um tanto obscuro e não dito. É doido isso, mas cada vez que ele corre e me abraça sinto minhas forças revigoradas e penso ”estou no caminho certo”. Toda vez  que vejo a sua felicidade estampada no rosto penso “o que vale mais a vida do que esse belo sorriso?”. Logo, todo meu desespero se vai – o cansaço não, é claro- e vejo quão bom é estar pertinho dele diariamente.
Penso que eu estive presente nas suas primeiras engatinhadas, penso que estávamos com ele no seu primeiro passinho, que seguramos na sua mão diariamente e que posso dar toda a segurança que ele precisa. Eu sei que hoje a minha vida é esse pequeno e que tudo o que eu fizer será para contemplar ainda mais a sua vida...
Um dia escutei “aproveite tudo, porque tudo passa, esse cansaço passa...”.   Enquanto isso, quando o desespero bate só me resta olhar para esse menino e agradecer os Céus pela dádiva da maternidade, pela dádiva de ter conquistado esse espaço para prosseguir com meus estudos e revigorar minhas energias.

Marcha Nacional do Parto Domiciliar, eu estava presente...


No último sábado, eu, maridão e o pequeno, fomos orgulhosamente participar do movimento Marcha Nacional do Parto em casa. O maridão com voz alta cantando (para meu orgulho), o pequeno olhando e dançando com a música e eu com uma bandeira gigante na minha mão dizendo "o parto é da mulher". Um arrepio, um olhar diferenciado, uma forte emoção tomou conta. Como foi bom poder participar de um ato tão representativo, tão importante que é o nosso direito de escolher o local de parir um filho. No post anterior (clique aqui) eu relatei o quanto fui abençoada por ter podido escolher e abraçar essa idéia. Nossa família lembra-se de cada instante e sabemos o quanto isso nos modificou internamente.
Meu pequeno talvez nem soubesse o que acontecia nessa multidão, mas certamente um dia saberá que estávamos em família unida por essa causa.
Um dia eu pude escolher (e pretendo escolher novamente) as pessoas que estavam comigo nesse momento tão sagrado, pude escolher o local, pude escolher a maneira, pude escolher todos os detalhes, pude abraçar essa escolha mais intensa das nossas vidas. E hoje, o que vejo são mulheres e famílias inteiras brigando bravamente por esse direito: elas podem escolher ser no hospital, em casa, de cócoras, na banheira, de cesárea, o que for... Mas, elas querem ter os seus direitos garantidos.
Fiquei muito emocionada em saber que há um ano eu era “a doida” da família, e o que vejo é um o mundo de doidos também, assim como eu...

Agradeço muito esse movimento que me fez perceber quão bom é poder SONHAR!
Sonhos são Atos, sonhos é ação, todo esforço vale apena!

Olha A Marcha em Florianópolis...






Por que escolhi um parto domiciliar? MARCHA NACIONAL DO PARTO EM CASA



Imagem por Ligia Moreiras Sena 


É impossível não revoltar-se com os últimos boatos acerca do parto domiciliar e todos os medos que enganosamente fazem a fim de amedrontar e amordaçar as possíveis escolhas das gestantes e futuras mães. Até então, escutei calada pensando “é uma pena que pensem assim”. Na verdade me revolta os ditos sem fundamentos, o “mito” que se criou da imagem de quem opta por esse parto. Só quem decide e vivencia isso pode dizer as bênçãos consagradas desde o momento da escolha até o nascimento- pensando bem, os resultados são refletidos depois do parto.
É uma pena que as pessoas julgam e condenam sem sequer dar o direito de defesa. Chegamos até aqui e o que vemos é um prelúdio de Nando Reis que diz o “O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou”.
Foi assim, pensando num mundo mais humano e mais condizente com ideais de amor e de respeito, que mergulhei nessa sabedoria de receber um filho no meu recanto mais sagrado: meu lar. É o canto que consumamos o pequeno Caetano, é o nicho da nossa sagrada família, é o nicho que empregamos a nossa paz, os nossos sonhos e o nosso amor.
Sempre tive medo de hospital, um local de enfermos, de angustia, sempre achei o tratamento muito impessoal de causa-efeito. Não sou contra a ciência, aliás, creio que devemos utilizá-la ao nosso favor. Quando optei por um parto em casa, jamais negligenciei a ciência e todo conhecimento advindo dela, reconheço todo saber produzido, mas creio que é preciso questionar a maneira como utilizamos esses saberes. É impossível não observarmos o aumento dos índices de cesáreas- na maioria das vezes realizada desnecessariamente, é impossível não observarmos as violências obstétricas envolvidas nesse momento, é impossível não se assustar com tal tratamento. As práticas inquestionáveis nesse momento do parto me angustiavam. como a aplicação de ocitocina, analgesias e até mesmo a escolha da posição para parir (na sua maioria das vezes,  na posição horizontal). O tratamento com a parturiente também me incomodava: principalmente o não respeito do tempo necessário para o trabalho de parto – aliás, nesse instante, via-me como um “relógio ambulante”, assim, era preciso que meu corpo se adaptasse ao tempo que os ponteiros me ditavam, via-me como um número, afinal, para enriquecimento da clínica, tem mais um monte de gestantes na fila esperando por uma vaga na sala de parto. Incomodava-me com a falta de cuidado com a parturiente e o bebê no trato com a placenta desde a sua saída até o destino dela.  Quando pensava no bebê logo após nascer, amedrontava a ideia do não contato pele a pele, do afastamento quase que imediato para medições e banho. Mais uma vez, o “número” perseguia a mim e o pequeno Caetano, numero do quarto, número da pulseira- ah sim, em formato de código de barras – números de pontos no meu corpo. 
Os medos não me intimidaram, os desejos me impulsionaram. O QUE O CAETANO QUER VER QUANDO NASCER? QUE MUNDO QUER TER PARA ELE? Foram as perguntas que recebi durante a minha gestação e, impulsionada por tais perguntas, fui buscar mais informações acerca da melhor maneira de receber meu filho – importante: digo, “melhor” para a nossa decisão, para os outros o hospital pode representar o espaço de maior conforto e segurança, mas o que enfatizo é que eu estava abraçada com as minhas próprias escolhas. 
Escolher e responder por elas também faz parte do jogo. Fui tachada de louca, “hipponga”, de copiar a moda de Gisele Bündchen e de inconseqüente. Confesso que foi um tanto cansativo pesquisar e dar satisfação dos motivos que me faziam escolher “assim ou assado”, porque as pessoas não ouvem, as pessoas julgam sem dar direito de defesa...
Mas, o direito estava comigo e queria fazer bom proveito dele.  O corpo era meu e a maneira de colocar o Caetano ao mundo era escolha nossa (minha e de meu marido).
Escolhi meu lar rodeado de pessoas capacitadas para realizar o meu parto. Sim, eram cantos femininos experientes, estavam quatro enfermeiras, minha obstetra e uma doula. Ou seja, creio que consegui estabelecer uma relação do sagrado com a ciência (e quem disse que isso não era possível?). Usufruí dessa experiência das mulheres que ali se colocavam para encontrar em mim um potencial de parir. QUERIA PARIR, com todos os direitos de bicho mamífera, que se recruta num canto, que uiva, que morde, que ri, que come, que dança, que dorme... QUERIA PARIR com o meu cheiro, com o nosso encanto, com as músicas que escolhemos. QUERIA parir, sobretudo, sendo a protagonista, a dançarina que ali embalava uma linda coreografia da consagração ao nascimento. PARI na água porque sempre encontrei nela o meu refúgio, o meu descanso. Pari de cócoras, porque vi em mim uma índia guerreira que clamava um menino Terra nesse universo. E o mais emocionante: Pari com meu marido e minha família, todos entoando o mais doce canto. Fui assistida por eles e reconheci neles a minha própria força de bicho fêmea. Ao invés de “máquina relógio” me senti a Artista de tudo isso, encontrei em mim a mulher que jamais teria conhecido. 

Foi esse o mundo que o Caetano encontrou. Foi essa mãe que nasceu naquele instante.
Só queria um mundo mais digno de amor...

 É por isso que estou nesse ato, são cerca de trinta cidades brasileiras juntos nessa caminhada: A Marcha Nacional do Parto em Casa. Estaremos juntos numa manifestação lutando pela não perseguição dos Médicos que apoiam o parto domiciliar.


Estaremos juntos, sobretudo, para reivindicar o nosso direito de escolha...


Em Florianópolis será dia 16/06, às 15 horas na Praça da Lagoa
Segue abaixo Maiores informações:


Link do evento em Florianópolishttps://www.facebook.com/events/134588260011843/





Um novo Ciclo: Caetano, 1 aninho!



Impossível não estar emocionada com esse momento...

E tudo começou assim...







“Uma pausa... Era eu agora preenchida desse mar, carregava e gerava esse mar no meu ventre. Eu era o mar na sua completude e na sua máxima intensidade.
Carregava no meu ventre a perfeita natureza, era eu em dois nessa perfeição.
Gerava em mim esse mar das mudanças, das transformações, mas também da dor absoluta e do medo. Ondas de solidão, vento no rosto, mas, sobretudo, ondas da vida. Estava eu diante da vida, da vida em meu corpo, da vida que eu traria ao mundo, consagrava a fertilidade da própria vida (Sinopse do Espetáculo de Dança O mar em mim- homenagem ao Caetano Terra)”


Faltam poucos minutos para o nascimento se repetir em nossas memórias, sim nosso Caetano Completa 1 ano hoje dia 16/05.
Passamos o dia extasiados, lembrando de todos os momentos desse parto. Retomamos novamente nossa trilha sonora que nos acompanhou ao longo da gravidez e do parto. Parávamos e falávamos um para o outro “agora entramos no chuveiro em trabalho de parto”, “agora caminhamos pela Daniela em pleno 9 cm de dilatação”, ficamos assim e cá estou tentando expor tamanha emoção que acomete meu coração.
Talvez, para muitos, isso seja apenas um aniversário, mas para nós marca tantas mudanças, tanta alegria, tanta paixão, tanta vontade nesse nascimento. Sim, 23 horas de trabalho de parto e eu quero repetir isso, quero reviver (ah, se pudesse voltar), é totalmente estranho admitir isso, mas foi de uma intensidade que jamais imaginávamos, intensidade que nos fez apaixonar mais pela vida, pelo milagre da vida...
Impossível não se lembrar do carinho de tanta gente envolvida. Primeiramente do Meu maior companheiro: amor que singelamente me fez um filho e esteve comigo no  momento mais especial da minha existência. Minha linda família que participou desse momento, transformando-me com cada olhar, com cada palavra, nesse amor inexplicável. Equipe Hanami, Cris e Roxana, parceria que me trouxe a certeza de uma nova esperança, da que o mundo está sendo modificado pelo amor e trabalho de vocês. Talvez, eu seja apenas mais uma parturiente a dizer isso. Mas, impossível não expressar como nossos corações são mexidos e transformados pela dedicação de cada uma.


Ontem, caminhei pela praia que tanto me acolheu, entreguei-me ao mar. Tomada pelas recordações do nascimento do Caetano afirmei que não seria uma mulher feliz se não tivesse vivenciado esse momento, não seria Julia na sua completude se os Céus não me abençoasse com esse momento de felicidade.
Estou aqui, realmente tocada pela dádiva desse momento, pela alegria de estar nesse instante tão especial, O ANIVERSÁRIO DE UM ANO DO NOSSO PICURRUCHO.
Pequeno ser que levemente chegou, com uma personalidade inconfundível, ser que nos embriagou com o seu chorinho, com seu olhar, com seu cheiro, com seu respirar e com seu toque. Ser que a cada dia nos transforma e nos faz uma família forte.


Um ano depois...


Esse dia chegou, Caetano nos dá de presente essa emoção. Nessa semana estou aqui pensando e organizando a festinha que sabemos que devemos fazer, uma confraternização digna desse momento tão especial. Minha família está de malas prontas para esse encontro, estaremos todos juntamente com os amigos reunidos para esse encontro, tenho a certeza que será tudo de bom.  Faremos em nosso lar, cantinho onde recebemos o nosso amado Caetano, cantinho que serviu para aconchegar as suas primeiras aventuras e Cantinho que receberá pessoas queridas para prestar uma homenagem ao seu nascimento.

Enquanto Isso...

Não poderíamos deixar de comemorar essa data, a data do seu nascimento. Maridão não se conteve, comprou uma pequena torta e comemoramos (a meia noite e três minutos, horário de seu nascimento). Caetano dormia, mas nós não resistimos em nos parabenizar como pais desse pimpolho tão lindo. Cantamos parabéns e, no exato momento do seu nascimento, resolvemos agradecer aos Céus, e assim aconteceu. Foi impossível conter um choro que guardávamos, tantas lembranças... Agradecemos que Caetano é saudável, feliz  e de uma beleza impar... Caetano representa nosso viver, não tem como mais imaginar nossos dias sem essa belezinha.
Deitamos e abraçamos nosso pimpolho que dormia como um anjo...
Ao acordar o danadinho se jogou em cima da gente, se aconchegou em nossos braços e nos presenteou com o seu belo sorriso. Acendemos a sua velinha.

E o ciclo se fecha...

Eu sabia que apenas precisava entregar o nosso presente ao Mar... Sim, nossa placenta- que foi guardada por um ano- encontrou o seu destino. Mas, essa foi uma longa história: havíamos nos preparado para entregar na praia do Santinho. Chegando lá, um lindo arco-íris nos aguardava. Eu, que estava toda faceira, corri para tirar foto do visual e foi quando percebi que havíamos perdido nossa bolsa no restaurante que tínhamos almoçado, minha máquina para registros não estava naquele momento. Uma tristeza me abateu, mas insistimos. Subimos na trilha e nas pedras que havíamos projetado, só esquecemos de um detalhe: “Costão do Santinho”, o nome já diz... nossa placenta cairia nas pedras. Inconformados, voltamos para a praia da Daniela. Um filme volta na minha mente: era para retornar para pequeno lugar que abrigou toda nossa história. Mas, a maré estava rasa e não havia como jogar no mar. Foi quando...
Sim, um anjo me apareceu. Um pescador que, emocionado com a história do Caetano, não pestanejou e pegou o seu barquinho para me levar ao mar. Os meus homens ficaram na terra, pois não cabia no barco. 






Estava eu, a linda placenta que gerou vida ao pequeno e o anjo pescador. Lá agradeci novamente aos Céus, a perfeita Natureza que abrigou o meu pequeno no meu ventre e entreguei a imensidão do mar. O anjo pronunciou: - “Sua placenta está bem acompanhada”



Foi como sonhei...
Um lindo trabalho de parto, um lindo nascimento e um encantado encerramento desse ciclo...
E Viva o Caetano Terra, do mar e da Terra ao mesmo tempo!!
E viva a VIDA!!!

Dia das Mães: Um presente dos Céus



 A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.       

 Manoel de Barros








Mãe! Palavra intensa, forte e penetrante; palavra que expressa amor, segurança. Começo esse post pela simples razão que mudou o meu entender o mundo: ser mãe. Estado de emoções fortes, de certezas e de estranhezas ao mesmo tempo. É estranho entender que trinta anos atrás eu vivia e percebia o mundo com um olhar completamente diferente. É estranho entender que cresce em mim um potencial jamais imaginado. É estranho perceber que a maternidade me trouxe uma força sem dimensões.
Parece abrupto falar que mudei, mas é fato! É estranho ver que mudei MUITO!
Mãe! Palavra pequena, mas de uma infinitude no seu significado. Olho para as mães com outro olhar, olho para minha mãe, reconheço-a em mim.
Chego nesse estado com uma única clareza: é o meu momento, sou desse espaço e pertenço a esse universo!
Entrei timidamente, como alguém um tanto perdida (confesso que ainda me sinto assim), mas agora cresce uma certeza que o instinto me habita. Sinto-me leoa mesmo. Sigo neste universo tentando reconhecer todos os detalhes e cheiros. Uma sabedoria me toma... Tradição, instinto, conhecer...
Ao mesmo tempo, sinto que eu reconheço minha humanidade, sou dos paradoxos, do finalizar e do recomeçar, da vida e da morte, da calma e do furor. É assim que me sinto.
Dias das mães, e vejo que tenho um motivo mais que especial. Sou abençoada e escolhida para ser uma, sou escolhida para acompanhar o meu pequeno na sua vida.

Hoje, estou totalmente feliz, vivo dias de amor intenso. Há um ano eu, timidamente, comemorava os dias das mães com o pequeno Caetano nos meu ventre, sem saber muito essa dimensão da maternidade. Daqui três dias estamos prestes a chegada do seu primeiro aniversário, da sua data de nascimento, do momento mais marcante da minha vida. Eu e o meu companheiro estamos aqui nas lembranças do que vivemos nessa mesma época há um ano atrás, vivemos com os olhos molhados, com o choro na garganta, com o cheiro do que passamos. Estamos na expectativa da sua primeira festinha (que será feita para confraternizar os familiares, pessoas caras para nós). Nossa família vinda de diferentes lugares, estamos felizes com isso. 
Hoje, acordei sentindo o seu calor, o seu cheiro, o seu olhar, o seu abraço, hoje o nosso Caetano Terra está diante de nós como um ser que a cada dia se mostra mais peculiar, com suas vontades e com seu amor...
Hoje, acordei tão feliz... Senti-me abençoada pela força que tive, pela paz que abriga meu coração. Agradeci a linda família que tenho, fui presenteada com lindos Lírios (flores cujos significados marcam nosso casamento e o nascimento do Caetano). Amo pertencer a esse mundo de mães!
Tomamos café todos juntos, brincamos num pequeno parque do bairro com o pequeno, a alegria estava estampado no rosto do moleque.
E para minha surpresa, um lindo presente, a independência do nosso tão pequeno bebê...
Independência marcada pela sua CAMINHADA... Seus pés hoje ousaram pisar melhor o mundo. Foi levemente, trilhando de uma ponta a outra, um longo percurso. Eu, que estava apenas acostumada com seus singelos passinhos que não passavam de três, fiquei imóvel. Foi impossível não encher os olhos de água e não se lembrar de tudo que passamos... UM TRILHAR completo de descobertas! Ele era apenas um bebê naquela água e eu apenas uma mulher-mãe pronta para amar! Não imaginava a tamanha aventura que me esperava, não imaginava o som da sua voz, não imaginava o seu jeito, não imaginava como seria do mundo.
Caetano é do mundo, sinto agora que meu pequeno escreve no mundo, deixa a sua marca, o seu estar nele, o seu sentir ele, o seu olhar...


“meu pequeno, obrigada pelo tamanho presente que me deixou hoje. Não é apenas o seu caminhar, mas o seu corpo a respirar tantas coisas boas dessa vida, seu corpo a amar a vida como ela é. SIMPLES PASSOS que me asseguram que agora caminhará tracejando seus desejos, sua esperança e seu amor. E eu, meu amor, estarei ao seu lado (mesmo quando achares que não estou tão perto), estarei com a minha mão pronta para lhe dar quando precisar se equilibrar novamente, estarei me abaixando com os braços abertos para te esperar, estarei a procurar o seu olhar e certificar que estará seguro.

Que o seu caminhar seja de uma busca dos Céus, que seu olhar busque o horizonte infinito e que seus passos tragam aos seus sentidos a imensidão. Obrigada por me realizar, por me tornar a mulher COMPLETA. Precisava dessa maternidade para compreender o universo de outra maneira, para me tornar mais amante dessa vida. Simplesmente OBRIGADA.
O Meu amor segue ao seu infinito SEMPRE ...
Da sua sempre
Mãe”
 

16/04 -Nossos onze meses



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Começo esse lindo mês com uma linda revelação: nosso pequeno consegue dar os seus dois primeiros passos nesse mundo. Ontem, um dia antes de completar o seu décimo primeiro mês, ele nos presenteia com essa linda conquista.  Estávamos no início da noite todos na sala, ele brincava com a avó como nunca, muito risonho. E numa dessas brincadeiras, a avó (que estava sentada no chão) coloca ele de pé e põe a mamadeira na cabeça e diz: “vem pegar”, ele abriu os braços em direção a ela e assim arriscou o seus lindos passinhos. No mesmo instante, Eu e o Edu arregalamos os olhos e colocamos a mão na boca, estávamos perplexos.  Caetano logo nos olhou, riu como nunca, até pareceu que se deu conta do acontecido. Foi uma emoção indescritível. As lágrimas rolaram. Minha sogra não se continha em risos, eu fiquei extasiada, sem reação, paralisada. Agora o nosso bebê já ensaia ver o mundo de outra maneira. O meu bebê que já está deixando de ser o bebê e arriscando-se nessa vida de adultos... “O mundo te espera meu filho, verá como ele é bom, nele você terá muitos momentos especiais, aprenderá como é bom estar na companhia de pessoas que amamos. Não tenha medo! Todos nós estaremos ao seu lado, vibrando pelas suas conquistas e oferecendo todo o amor que precisar. Voe como pássaro, sinta todo o ar, toda a energia desse universo. Que esse mais novo voo mostre-lhe toda a beleza que é viver. Estamos muito orgulhosos de você nesse dia dos seus primeiros passos!!”

 Nosso pequeno completa onze meses e nem posso acreditar que só faltam apenas um mês para o “picurrucho” completar o seu primeiro aninho de vida. Quando escutava que “curta porque tudo passa rápido”, é fato! Loucura mesmo! Parece que as velocidades dos acontecimentos chegam mesmo a me atormentar.
Minha maior alegria aconteceu, começo o doutorado com a alegria da notícia da bolsa de doutorado. Meu sufoco, minhas angustias de estar trabalhando separada do meu filho tiveram finalmente um final feliz. Agora sou inteira do Caetano e posso alegrar-me de poder acompanhá-lo nessas descobertas, senti-me a mãe mais feliz do mundo! São quatro anos que tenho a certeza dessa paz de poder sentir-me realizada fazendo minha pesquisa e estando com o pequenino.
Meu pequeno está cada dia mais lindo (sei que parece redundante, mas eu não me canso de afirmar). Nesses dois meses ele já aprendeu a se comunicar (ou eu estou entendo bem melhor). Seu mundo virou o “encantado mundo dos bichos”, gatos, cachorros, passarinhos, qualquer bicho é “au-au”, até a respiração rápida do cachorro ele imita.
Emite o som perfeitamente dos carros “Bruummmm”, por sinal adora eles. Começou com a motoca (que ganhou pela titia- avó Aninha) e adora passear com o nosso carro. As motos enlouquecem o menino, não pode ver que logo se atira para acompanhar o movimento – para arrepio da mãe que morre de medo de velocidade!


Caetano está um foguete, a mil mesmo. Minhas costas já dão sinal de todo o cansaço do sobe, desce, pega, empurra, uma verdadeira loucura essa maratona.
Ele se revelou muito explorador de todos os ambientes. Não consigo piscar os olhos da criatura e cada dia torna-se mais engraçado: são muitas carinhas e caretas. 
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 Caetano é sorridente, um tanto genioso, dançarino, criança feliz mesmo (ao menos é o que sinto). Ele acorda e já não dá trégua, sai correndo vai para a janela e quer que eu a abra. Ele adora olhar o dia, as árvores do fundo do meu quintal. Abre sempre um dá um sorriso, levanta os braços (simboliza nosso bom dia Vida), ele procura os bichos, aponta para o céu, para as árvores. 
Tem uma energia que não sei do onde ele tira. No final do dia fico com a “língua de fora” literalmente, implorando um “socorro!”. Bom, dizem que mães emagrecem nessa fase pelo corre-corre, é o que eu percebo. Minha vontade por doces tem aumentado, estou precisando de muita energiaaaa!!!
Compramos uma cadeirinha para fazer das nossas refeições uma alegria. Sempre tenho lembranças desses momentos da minha infância, na casa da minha avó. Eu tinha uma cadeirinha de palha e adorava sentar com todos para almoçar, era um encontro sempre muito familiar. Quis repetir tais momentos com o nosso pequeno. Agora fazemos questão de almoçar todos juntos e está sendo muito bom.
Caetano está cada dia descobrindo mais comidas, gostos sem fim... Adora brócolis, suco de ameixa preta, abacate, melão e não me pode ver comendo um pão integral que logo se atira para comer uns migalhos.  Ainda continua com dificuldades de regularizar o seu intestino, este parece ser bem preguiçoso.
Por vezes, curtimos nossa caminha, bagunçamos, rolamos, brincamos com cobertores, brincadeiras que ele adora. Também continua seu interesse por histórias, adora folhar os livros e “pegar” as figuras.
Fomos visitar a titia e a vovó em outra cidade, passamos um longo feriadão curtindo e recarregando nossas energias com pessoas que tanto amamos. Caetano adora estar com a família, brinca muito, é bem paparicado e amado por todos. Sinto muito orgulho de ser a mãe de uma pedrinha rara que alegra a vida de tantos. 
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 Caetano continua adorando músicas, já pisca, manda beijos, bate palma, dá tchau por tudo (principalmente quando vê o pai pegando o canguru – ele trata de largar tudo e correr para o colo porque já sabe que tem um passeio bom).
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Em falar em pai, cada dia percebo que a cumplicidade entre os dois ganha mais força. Para falar a verdade, acho que Caetano nos ensina a ser Pai e Mãe.
Com o início dos meus estudos, começou uma maratona um tanto cansativa (eu já esperava). Caetano não dá trégua durante o dia, seu soninho é curto o que dificulta qualquer tentativa de estudo. Dessa forma, só me restam as madrugadas adentro... É o que eu tenho tentado, mas confesso que dormir quatro horas por dia é difícil. Também tenho tentado fazer algumas coisas com ele, mas percebo que ainda estou engatinhando nesse quesito porque é difícil... Nas aulas, Caetano fica com papai que destina esse tempo para dar uns passeios pela universidade enquanto me aguarda. 
Caetano já aponta para as coisas que quer e estamos no seu sétimo dente – apenas esse último pareceu incomodar mais. Ele tem acordado reclamando, fica mais irritado, lasca mais os afiados dentes em mim, morde mais o dedo, enfim, parece que a coisa está mais chata dessa vez.
Não posso deixa de escrever acerca do nosso elo indescritível durante as mamadas, é cada vez mais prazeroso estar alimentando ele. Agora o danado anda descobrindo algumas partes do meu corpo (boca, nariz, orelha), adora brincar com um pequeno brinco que uso. Continua fazendo carinho nas minhas costas, adora pegar no meu cabelo; este momento está sendo cada vez mais especial. Uma das coisas que ando observando é que dormimos sempre junto, temos uma louca sintonia. Parece que minha respiração acalma-se e quando meu sono chega, logo percebo que o moleque está indo junto. Dou aquele cochilo sentada junto com ele – parece bobo, mas prova o quanto precisamos estar em sintonia total.
Para falar a verdade essa fase tem sido maravilhosa – todas são é fato, mas essa em especial tenho me descoberto também como criança. Volta tantas lembranças da minha infância, lindas por sinal. E quando me vejo já estou virada em criança com o danado. Tenho descoberto mais a alegria da vida, a beleza das coisas simples, a plenitude do apenas compartilhar momentos juntos, de darmos boas risadas. Posso dizer que estou vivendo uma intensidade sem trégua. E assim estou curtindo e amando essa maternidade que já me toma por completa!


Voltando a ativa: de Nove aos Onze Meses

Ausente, mas presente... Eis eu aqui novamente depois de tanto tempo nesse silêncio...
Pois é, minha vida deu algumas voltas malucas, muitos acontecimentos e, assim,  volto para nosso blog com muito para falar. Nesse tempo, havia até mesmo escrito “nossos nove meses”, mas o texto ficou ali guardado, escondido, esperando acabamento que nunca chegou. O tempo passou e agora o menino já está com onze meses e eu tenho ainda mais do que falar nesse espaço. Pois é, retalhos que viraram uma linda colcha. E o texto está aí... Três meses escritos em dois textos para não perder nenhum detalhe desses momentos.  Então lá vai...



Meu pequeno Caetano Agora com nove meses

Foto de Rogério Caldeira


Olhar para o seu rostinho e já ver que ele está com nove meses é tudo muito estranho. A rapidez das coisas me assusta e faz exigir de mim uma intensidade jamais sentida. É preciso não piscar os olhos, é preciso estar atenta aos mínimos detalhes da plenitude dessa pequena vida que agora já não é tão pequena.
Caetano completa nove meses e eu ainda continuo me sentindo insegura para tudo que vem, será que dou conta? Será que vou saber educá-lo? Será? Será? E quando olho para seu rosto e vejo um sorriso estampado, um olhar cativante, um ser ímpar, concluo que estou dando conta do recado. Caetano é um garoto de muita paz, observador sem fronteiras, tem uma alma ritmada, seu corpo e seu ser pulsam uma música, é lindo de ver...
Nesses nove meses temos um pequeno agora engatinhando como nunca, iniciaram com pequenos passos, singelas tentativas, até que numa conversa ao telefone gritei: “mãe, Caetano está engatinhando (foi a primeira vez que percebi que o pequeno fez um longo percurso até os meus pés), ela, do outro lado da linha, disse-me: “que presente para sua avó”, lágrimas rolaram dos meus olhos e uma felicidade estampada na minha alma,  não me continha em ver nosso pequeno agora ali de baixo dos meus pés me anunciando que “ - agora sim mamãe, o mundo é meu”. 
 Ele não quer apenas engatinhar, já se escala nos móveis e se aventura com novas descobertas, tentativas de abrir pequenas gavetas, de agarrar objetos em cima de móveis, e tudo que o seu olhar alcançar e seu pequeno corpo permitir.
 
 O tamanho das aventuras é do tamanho dos tombos que vem levando, alguns que nem sequer conseguimos chegar a tempo, outros que passam despercebidos e assim segue a vida. Tivemos alguns sustos: um afogamento com um pino de uma bolinha de borracha que ele conseguiu tirar, bem como uma queda da cama que me tirou do eixo.
Sinto que o pequeno está numa nova fase muito peculiar. Está num elo indescritível comigo. Sinto que nesse mês têm necessitado muito de mim, pede mais colo, quer mais peito, quer slingar mais, implora para ficar o tempo todo comigo. Às vezes a coisa fica até mesmo sufocante, mal consigo tomar banho, comer e fazer xixi. Acho que o instante coincidiu com o meu retorno ao trabalho. Voltamos àquela maratona diária um tanto maluca e cansativa. Acordo 5:30 da manhã para coletar leite e deixar estocado ao pequeno, tomo café, e corro dar de mama ao pequeno, corro ao trabalho. Na hora do almoço temos 40 minutos para tirar leite, dar de mamar e correr para outra escola. E assim estamos tocando. Caetano agora fica com o pai e num único dia (meio período) com minha sogrinha. Para falar a verdade percebo novamente o quanto tem sido bom para a vó cuidar do picurrucho, ela se sente muito bem e feliz. Mas, confesso que essa rotina tem sido muito difícil e já estou no meu limite. Amo o que faço, adoro estar com as crianças, elas me acalmam, porém é insuportável imaginar minha cria em casa esperando por mim. Isso me arrebenta o coração O que posso fazer? Vou indo nessa praia até a bolsa de doutorado chegar, para falar a verdade não vejo a hora, conto as semanas, preciso acalmar meu coração... E imaginar que é nesse instante que ele precisa de mim, esse mês não voltará nunca mais, é assim um lamento diário. Não consigo nem mais falar com as pessoas ao meu redor, acho que devem pensar “o disco está riscado Julia, são poucos dias”, mas cada hora é insustentável e pareço que vou implodir.
Sei que as coisas vão ficar apertadas aqui em casa para conciliar com os estudos, mas dou meu sangue para poder estar com ele ao meu redor!


Ceatano parece agora sentir todos os benefícios da água.  A paz do mar parece alegrar o seu espírito de criança que brinca saltitante, experimentando (inclusive o sabor) dos grãos da área, percorre o espaço da praia sem medo como se o espaço fosse muito íntimo. Sem medo nenhum do mar, agarra na minha mão e caminha em direção a ele, seus pequenos passos deleitam-se com a calmaria que o mar traz.  

Ceatano adora escutar música, faz alguns olhares específicos, adora um samba e dançar!
Tem quem puxar esse menino!...

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