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UM ANO DE CONCEPÇÃO



Talvez pareça bobo comemorar um ano de concepção do Caetano, mas preciso aqui esboçar o porquê considero importante essa data.
Eu e o Du sempre soubemos que queríamos um filho, mas nunca nos permitimos por sempre achar que não estava na hora. Era o mestrado que ainda não havíamos terminado, era não ter uma profissão segura, era não ter casa, era não ter carro. A única coisa que sabíamos era que queríamos um filho, mas que não estava na hora. O tempo foi passando e, por diversas vezes, questionei-me da necessidade de tantos “ter”. Em que medida o ter era tão essencial em nossas vidas? Sim, queria estar numa situação melhor, é claro, mas será que isso era determinante para termos o nosso filho? Um belo dia caiu minha “ficha”: eu, euzinha, vivi cerca de 30 anos de aluguel, sem carro, etc., e sou uma pessoa muito feliz. O que é ser feliz? Daí reportei a minha infância e logo veio lembranças: família reunida, brincadeiras na rua, saídas para piquenique, meu pai lendo gibi para eu durmir, meus pais cantando, enfim, um cheiro bom de infância. O que eu queria mesmo era dar essa felicidade para meu filho. Essa sensação de alegria de saber que temos tantos Encontros que acalantam nossa alma.

Mas o mais importante, fui percebendo que meu amor pelo Edu era digno de um filho, sim. Nosso amor sempre significou muitas batalhas. Conhecemos-nos na primeira fase do curso de graduação e logo começamos a namorar. Três meses depois já estávamos morando juntos e quando vi, fazíamos as mesmas coisas, pensávamos as mesmas coisas e sonhávamos com coisas iguais. Formatura juntos. Foram seis anos para decidirmos realizar nosso casamento. Ah! Como se esquecer desse elo? Sonhamos, realizamos o casamento que sempre quisemos, ao ar livre, eu descalça, som ao vivo, tenda... Ah, como se esquecer da bela decoração feita pela minha mãe e pelo meu paidrasto? Como se esquecer das minhas amigas dançado “uma voz ao vento” da Leila Pinheiro, com um lindo tecido? Como esquecer da minha priminha com uma bonequinha entregando nossas alianças? Como esquecer os músicos amigos do coral que escolheram músicas que amávamos? Como esquecer da viagem para Porto de Galinhas, Recife e Olinda que ganhamos?
Tudo isso era apenas uma mensagem que Estava Escrito Nas Estrelas, Seríamos felizes!
Logo após, nossa aprovação no mestrado juntos, na mesma linha de pesquisa, a tão sonhada bolsa de mestrado, o tempo que pudemos dedicar para nossos estudos...
Alguns arriscavam a dizer, O Du é a Ju de cueca! Eu achava isso muito legal!
Passamos, é claro, por alguns perrengues juntos, mas sempre isso vinha para engrandecer o nosso companheirismo.
Passaram oito anos...
Crescia assim uma vontade de um terceiro, sei lá uma sensação louca! Aos poucos fomos esquecendo de nos “impor limites”, cada dia era um de nós que deixava que as Estrelas Escrevessem Nosso Destino...
No dia 27/08, Caetano – um pequeno anjo disse: – mãe, pai, as estrelas escreveram a minha história. É com vocês que eu quero estar!
Brotou assim, o fruto de um amor que inspira cada dia uma nova canção! Caetano, meu pequeno anjo agora estava no meu ventre, ensinando-me que não existia Beleza no mundo igual.
Eu até desconfiei que pudesse estar grávida, mas, não quis pensar muito, pois estava prestes a defender o mestrado. Dia 13/09, eu e o Caetano fizemos a nossa defesa de dissertação. Dancei naquele dia e sabia que havia em mim uma sensação diferente! Emocionei-me ao ver meu pai, minha mãe e irmã tocando e cantando naquele momento de defesa. Eu arrepiada, grata pelos anjos terem me concedido tal momento.
Mal sabia que dois dias depois a vida iria me anunciar a vinda desse anjo. “Meu pai, estou vendo certo esse teste? Agora serei mãe! Não, não é possível, fiz errado! Mas, tem dois risquinhos, é POSITIVO, GURIA! Meu Deus, meu coração está batendo forte, rápido! Como vou falar isso para o Du? Meu Deus, estou meio bamba! Vou esperar mais cinco minutos, quem sabe um desses risquinhos apaga: 4:56, 4:57, 4:58, 4:59, É FATO! SEREI MÃE!”
Um sentimento louco, senti-me como uma criança perdida, mas, feliz com o brinquedinho novo. Com os olhos arregalados, olhava para mim, botava a mão na boca, na cabeça, era engraçado!
Estava assim na minha mais nova fase da vida.

A minha arte estava no meu ventre, Dançava no meu ventre, era o meu ventre
!
Fui logo pensando, vou contar para o Edu, vou fazer um jantar especial... Mas, não me contive em alegria. Fui à cozinha, pensava “não vou me agüentar”. Achei que iria quebrar tudos os copos que pegava. O Du, assistindo televisão, com uma dor terrível no pescoço por conta de um tombo, mal podia se mexer.
Pronto! Vou lá! Chega, preciso contar!
Olhei para ele e disse: – amor, preciso conversar com você.
Ele logo me olhou, um pouco espantado: – o que foi? Pode falar.
Eu, que nem sabia como começar: – nossa brincadeirinha tornou-se realidade.
Mas, nem imaginava que ele logo ia entender: – Mentira, você está brincando.
Lembro como se fosse hoje do seu olho arregalado, nunca havia visto ele naquele estado.
Abracei-o, ele que nem conseguia se mexer estava todo extasiado.
Nossa mais nova dança começava ali...
Caetano dançou nas estrelas esperando pela gente. Caetano cantou a mais doce cantiga anunciado a sua chegada. Caetano cantou e fez nosso amor transbordar de tanta emoção. Caetano estendeu a sua mão pedindo para que guiássemos nessa vida. Caetano brindou a sua chegada trazendo a mais suave bebida, o amor que nos entorpece, nosso sopro de vida!





Caetano dançou nas estrelas, no meu ventre e agora dança a mais Bela Coreografia em nossas Vidas!



Texto escrito em 27/08- um ano de concepção

3 Fazer Comentários:

Cristina De Melo ( Doula) disse...

QUE LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

DaniSapoo disse...

LINDOS... todos os tres!!!! Amo muito!
Beijos

ZULEI DENIS disse...

AMO ESSA GURIA E TUDO O QUE VEM DELA (filho, marido.. artes mil!!! hehe

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